Abro as postagens do blog falando sobre a primeira conquista da América, que culminaria no topo do mundo naquele mesmo ano, nada mais apropriado para um time que nasceu para ser gigante.
O Santos havia vencido a Taça Brasil, seu primeiro título brasileiro, em1961, vencendo o Bahia, seu algoz de dois anos antes, qualificando-se para a disputa da Libertadores da América de 62.
Na primeira fase o Santos teve como adversários o Cerro Porteño-PAR (que viria a travar novas batalhas na conquista da Libertadores 2011) e o Deportivo Municipal-BOL. E o time praiano não teve dificuldades em se classificar na primeira posição do grupo, aplicando inclusive uma sonora goleada de 9x1 no Cerro Porteño. Na segunda fase do torneio o adversário foi a Univesidad Católica, e a classificação veio com uma vitória pela contagem mínima em casa.
A tabela da primeira e segunda fase.
Jornal da época destacando a goleada aplicada no time do Cerro Porteño.
A grande final seria disputada de forma épica contra o Peñarol-URU, nada mais nada menos que bi-campeão da Libertadores (havia ganhado as disputas de 60 e 61). Não seria nada fácil.
Uma final épica.
O time do Peñarol, campeão em 60 e 61.
PRIMEIRO JOGO DA FINAL:
O primeiro jogo da final foi disputado no estádio Centenário em Montevidéu no dia 28 de julho. O Santos saiu vencedor pelo placar de 2x1 de virada, com dois gol de Coutinho. Pelo Peñarol, o gol foi anotado por Spencer, um excelente avante carbonero, ainda hoje o maior artilheiro da história da Libertadores. Detalhe, o peixe jogara sem seu principal ídolo. O rei Pelé estava machucado.
Ficha da primeira cancha da final.
Jogadores santistas embarcando para o Uruguai.
O time do Peñarol que foi derrotado em casa por 2x1.
Os campeões da libertadores de 62: Santos do primeiro jogo com o Peñarol, no Centenário. Em pé: Lima (encoberto), Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar e Mauro. Agachados: Dorval, Mengálvio, Pagão, Coutinho e Pepe.
Manchete do jornal "O Estadão" anunciando o primeiro embate entre o Peixe e os Carboneros.
E o mesmo "O Estadão" anuncia o primeiro triunfo peixeiro.
SEGUNDO JOGO DA FINAL:
Este com certeza é um dos jogos mais confusos da história do futebol mundial. Aconteceu no dia 02 de agosto. O Santos jogava com a vantagem do empate para ser campeão devido à vitória no primeiro jogo. Pelé ainda era desfalque.
O Peñarol abriu o placar com Spencer. O santos virou o placar ainda no primeiro tempo com Dorval e Mengálvio.
No segundo tempo, o Peñarol chegou ao empate em uma cobrança de escanteio com Spencer, mais uma vez. O goleiro Gilmar reclamou que o jogador Sasía atirou terra em seus olhos, atrapalhando o lance. O juiz Carlos Robles não marcou nada no lance, e no meio da discussão uma garrafa atingiu um dos bandeirinhas. Ao final da confusão, na saída de bola o Peñarol virou com Sasía.
Mas a confusão ainda tornaria-se maior. O Santos chegou a empatar o jogo em 3x3 com Pagão, e o resultado dava o título para o alvinegro. Os jogadores saíram de campo festejando o título com a torcida. Mas no dia seguinte, a decepção. O juiz da partida desconsiderou aproximadamente a meia hora final do jogo, incluindo o gol do Santos. Alegando problemas de segurança, deixou rolar os minutos finais em caráter amistoso. O Santos teria que jogar uma partida desempate. Incrivelmente o time perdeu uma partida que empatou.
Ficha da segunda cancha da final.
Santos 2 x 3 Peñarol.
Santos 2 x 3 Peñarol.
Santos 2 x 3 Peñarol.
A causa da principal confusão no jogo.
O juiz deixando o campo. Muita confusão ainda por vir.
A confusão.
A bola reinicia e Pagão marca.
A torcida comemora o empate e o título; mas não valeria.
O lance viraria uma espécie de piada entre amigos.
"O Estadão" anuncia a partida.
E anuncia o título.
Que, na verdade, ainda não tinha vindo.
TERCEIRO JOGO DA FINAL:
O terceiro e decisivo jogo aconteceu em Buenos Aires, campo neutro, no dia 30 de agosto. O tempo decorrido, principalmente por apelações do Santos, foi suficiente para que Pelé se recuperasse. Ele estaria em campo.
No estádio dos hermanos argentinos, a maioria torcia para o Peñarol. Mesmo assim, o baile foi todo brasileiro. Logo no começo de jogo, aos 9 minutos, Coutinho driblou a zaga carbonera e chutou cruzado. Caetano tentou cortar e acabou marcando contra.
No segundo tempo, Pelé logo aos 3 minutos marcou o segundo, e no final do jogo, aos 44 marcaria o terceiro. Vitória maiúscula, incontestável. Para os orientais carboneros, teria sido melhor não ter um terceiro jogo.
Ficha do terceiro prélio.
O esquema de um time arrasador.
As principais estrelas de cada time.
Decisão começa quente.
O primeiro gol do Santos.
Santos 3x0 Peñarol.
Sasía (com a bola) era um dos grandes jogadores do Peñarol. Na foto, ele em ação no terceiro jogo entre Santos e Peñarol, que acabou 3 a 0 para a equipe brasileira.
Santos 3x0 Peñarol.
Santos 3x0 Peñarol.
Santos 3x0 Peñarol.
A taça Libertadores.
O time para o terceiro jogo.
Os campeões da Libertadores de 62.
"O Estadão" anuncia o terceiro jogo.
E o primeiro título sul-americano do Santos.
Todas as imagens usadas nesta postagem foram retiradas e modificadas de revistas antigas e de outros blogs e sites: